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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Após dois acidentes e multa, Braskem terá de paralisar produção em Maceió.

A decisão de suspender a produção por tempo indeterminado atendeu a um pedido do MPT (Ministério Público do Trabalho) em Alagoas, que na última sexta-feira (27) havia pedido a interdição total da Unidade Cloro-Soda, no bairro do Pontal da Barra. Segundo a Justiça, há “incerteza sobre as causas dos acidentes”.
“Nem a empresa nem qualquer órgão fiscalizador dispõe de dados técnicos definitivos e elementos concretos para garantir, no momento, a integridade física dos trabalhadores; e é precisamente essa incerteza que justifica a atuação cautelar do Ministério Público do Trabalho com vistas à proteção dos trabalhadores”, disse o juiz, em sua decisão, alegando que a continuidade das atividades poderia causar “danos irreparáveis” aos trabalhadores.
A Justiça também determinou que os serviços de manutenção sejam mantidos, assim como obras que visem a dar segurança nas instalações. Além disso, está liberada a circulação da matéria-prima – PVC – para as fábricas em Marechal Deodoro (AL) e Camaçari (BA). Também está mantido o recebimento de matéria-prima produzida pelas plantas de Marechal Deodoro e de Camaçari.
Porém o juiz determinou que “os serviços ou atividades excepcionados devem ser imediatamente suspensos na hipótese de novo acidente ou de ser detectada sua iminência”. Na ação, o MPT pede que a fábrica fique fechada até que sejam realizados serviços de reparo e manutenção, e a unidade só poderá ser reaberta “após a comprovação, pela Braskem, da inexistência de riscos de novos vazamentos e explosões”.
Em nota divulgada nesta noite, a Braskem informou que os dois acidentes foram causados por uma “conjunção de fatores ligados ao processo de produção”. Numa explicação técnica, a empresa descartou que falhas no projeto e falta manutenção não contribuíram para o acidente.
A empresa alega que as duas ocorrências foram consequência de um aumento atípico na concentração da tricloroamina. No primeiro acidente [no dia 21] houve o rompimento da parte inferior de um equipamento, conhecido por pré-resfriador, com subsequente vazamento de cloro.
Segundo a nota, no segundo acidente [dia 23], com a planta fora de operação e o cloro já removido de seu interior, ocorreu o rompimento do bocal inferior de outro equipamento, chamado de inter-resfriador, com desprendimento de fragmentos metálicosnota.
O diretor de relações institucionais da Braskem, Milton Pradines Filho, informou que sete pessoas atingidas pelos acidentes seguem internadas. Nesta segunda e terça-feira dois trabalhadores da empresa Mills que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do no Hospital Memorial Arthur Ramos, em Maceió, foram transferidos para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Segundo a Braskem, o estado de saúde dos prestadores de serviço é grave e inspira cuidados médicos. “Eles foram transferidos em UTIs aéreas depois que a Braskem e a Mills conversaram com as famílias e indicaram que lá no Einstein a recuperação deles seria mais rápida”, disse
Pradines informou ainda que os médicos da Braskem já atenderam a 300 pessoas da comunidade e, após avaliação, cinco moradores foram internados no Hospital Memorial Arthur Ramos para receberem cuidados especiais. “Prestamos assistência a 300 pessoas da comunidade e as que os médicos avaliaram que necessitavam de cuidados especiais foram encaminhadas para o Arthur Ramos, mas elas não correm risco de morte e devem receber alta nos próximos dias.”
O diretor de relações institucionais da Braskem ressaltou que a decisão da Justiça não mudou as atividades da Unidade, “só veio a corroborar com a medida tomada pela empresa desde o dia 21 [quando houve o rompimento de tubulação seguido de vazamento de gás de cloro e intoxicou 152 pessoas]”.
“Desde o primeiro evento que já estávamos com a produção parada. Tomamos essa medida voluntariamente. Só vamos retornar as atividades quando o IMA [Instituto de Meio Ambiente de Alagoas] e outros órgãos competentes analisarem o laudo, que preparamos hoje sobre os incidentes que ocorreram nos dias 21 e 23, e descartarem qualquer tipo de problema”, disse o diretor.
Os acidentes
Moradores residentes vizinhos a Unidade de Cloro Soda da Braskem foram surpreendidos, na noite do dia 21, com uma nuvem tóxica de gás de cloro, liberada depois do rompimento de uma tubulação da petroquímica. De acordo com a Braskem, o vazamento durou cerca de 15 minutos, tempo suficiente para intoxicar 152 pessoas da comunidade.
Com sinais de intoxicação e falta de ar, 130 adultos e 22 crianças lotaram as emergências do Hospital Geral do Estado (HGE) e da clínica infantil Dayse Breda. Um funcionário da Braskem também ficou intoxicado e precisou ser internado.
Na madrugada do dia 23, cinco funcionários da empresa Mills, que presta serviço à Braskem, ficaram machucados ao serem atingidos por estilhaços de outra tubulação que se rompeu no momento em que eles montavam andaimes na indústria. Os trabalhadores foram arrastados pelo chão devido à pressão com o deslocamento do ar que saiu da tubulação.
A Braskem ressaltou que os acidentados não estavam em cima da estrutura. A empresa negou também que ocorreram explosões. “Ocorreram estampidos no momento em que a tubulação rompeu, mas não houve explosão porque não teve fogo”, ressaltou Pradines.

Fonte: Uol Notícias

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